Campanha recolhe eletrônicos usados em shoppings do Rio

Notebooks, baterias, mouses, cabos, teclados: o que fazer quando eles perdem a utilidade ou compramos novos? Uma rede de shoppings, em parceria com a Secretaria Estadual do Ambiente e o Sindicato das Empresas de TI do Rio de Janeiro, está promovendo a coleta de produtos eletrônicos durante o mês de junho, com o objetivo de conscientizar a população sobre o descarte consciente e a reciclagem destes aparelhos. A campanha vai até o dia 29 de junho.
Oito shoppings da rede Br.Malls estão recebendo em suas Centrais de Atendimento ao Cliente toda sorte de eletrônicos, como computadores, notebooks, netbooks, tablets, impressoras, teclados, mouses, monitores, caixinhas de som, cabos, entre outros.
Luiz Bursztyn, diretor da TI Rio, informou, em entrevista ao TechTudo, que a ideia surgiu devido à dificuldade que as empresas tinham em adotar, por conta própria, iniciativas e práticas sustentáveis. “Já tentamos outras vezes organizar a coleta do lixo eletrônico produzido por estas empresas, mas sempre esbarramos na questão do custo do transporte para buscas ‘a domicílio’ e na existência de instituições que de fato se responsabilizassem pela correta destinação final”, explicou. O foco da campanha, porém, não são apenas estas companhias, mas também as pessoas que passam pelas mesmas dificuldades ao descartar seus equipamentos antigos.
O doador fica responsável por colar uma etiqueta no produto, indicando se estão funcionando ou não. Ao final dos 30 dias de campanha, os aparelhos serão encaminhados para o projeto Fábrica Verde, coordenado pela Superintendência de Território e Cidadania, que está presente nas comunidades da Rocinha e do Alemão e do Salgueiro.

As Fábricas Verdes capacitam jovens moradores de territórios pacificados para reaproveitarem computadores usados. A cada três máquinas doadas, é produzida uma "nova" em condições de uso. Estes aparelhos são oferecidos para telecentros comunitários.
“Os equipamentos entregues às Fábricas Verdes passam primeiramente por uma tentativa de reaproveitamento funcional, podendo ganhar uma sobrevida operacional. A intenção é transformar lixo eletrônico em inclusão digital. Esta é a reciclagem social”, explica Bursztyn. Segundo ele, o que não pode ser reaproveitado é encaminhado à indústria de reciclagem, sendo este o foco ambiental do projeto.
Lei dos Resíduos Sólidos
Em 2010, foi sancionada a Lei nº 12.305, também conhecida como Lei dos Resíduos Sólidos, que torna fabricantes, distribuidores, comerciantes e usuários responsáveis pelo destino final de produtos cujo descarte mal feito possa causar danos ao meio ambiente. Dentre eles, estão pilhas e baterias, produtos eletroeletrônicos e seus componentes, lâmpadas, entre outros itens.
A ideia é reduzir a geração de resíduos, ampliar os hábitos de consumo sustentável e, assim, gerar um aumento da reciclagem e uma destinação correta aos restos. Para isto acontecer, a Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que sejam criadas políticas de logística reversa, ou seja, que fábricas e lojas criem condições para que os produtos usados retornem ao lugar de origem para um descarte adequado. As empresas têm até 2014 para se ajustarem à lei. Com ela, o governo espera atingir uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima e, deste modo, conseguir reciclar 20 % de resíduos até 2015.
Como descartar meu eletrônico corretamente?
Um levantamento feito entre 2006 e 2010 pela TIRIO e a Riosoft, revelou que foram vendidos 221 milhões de celulares e 56 milhões de computadores no Brasil. Estima-se que, atualmente, mais de 70 milhões de PCs estejam em uso no país. No entanto, tais aparelhos têm uma vida útil curta, sendo trocados após um período de uso que varia de dois a cinco anos. A grande maioria acaba parando em depósitos de lixo comuns.
Quando descartados de forma incorreta, juntamente com o lixo comum, os aparelhos eletrônicos, pilhas e lâmpadas podem gerar danos à natureza. Este produtos têm em sua composição diversas substâncias tóxicas e nocivas ao ambiente e aos seres humanos, como mercúrio, chumbo, arsenio, berílio, cádmio, entre outros. A exposição a esses elementos pode levar a problemas renais, distúrbios no sistema nervoso e até mesmo ao câncer.
Desta forma, é importante jogar fora corretamente este tipo de produto. Diversas cidades contam com locais de coleta de pilhas e baterias. Segundo o site do Governo Federal, o Banco Real tem um projeto voltado para a reciclagem e dispõe em suas agências os “papa-pilhas”, que recolhem pilhas e baterias de celulares, câmeras, relógios etc.
Há também distribuídas pelo país diversas instituições como a Fábrica Verde, que reaproveitam peças antigas para montarem novos aparelhos. Além disso, muitas empresas já estão seguindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos e recebendo os produtos fora de uso, como pode ser visto nesta matéria do TechTudo.
Para quem mora no Rio de Janeiro e não quer mais algum eletroeletrônico, basta passar nos postos de coleta do Plaza Niterói, Fashion Mall, Casa & Gourmet, NorteShopping, Center Shopping, Recreio Shopping, Ilha Plaza e West Shopping. Serão aceitos computadores, notebooks, netbooks, tablets, impressoras, teclados, mouses, monitores, caixinhas de som, cabos, entre outros. Os aparelhos não precisam estar funcionando e podem ser doados até o dia 29 de junho.
Se os moradores do Rio quiserem doar seus aparelhos fora deste período de tempo, podem procurar uma das três Fábricas Verdes:
Fábrica Verde – Complexo do Alemão Endereço: Av. Itaóca, 1961, salas 201, 301 e 401 – Bonsucesso.
Telefones: (21) 33181-4366 e 3882-3012
Fábrica Verde – Rocinha Endereço: Estrada da Gávea, 486, bl 20 (Rua da Casa da Paz) - Rocinha.
Telefone: (21) 2239-1777
Fábrica Verde – Salgueiro Endereço: Comunidade da Chacrinha (2º andar do prédio-sede do projeto Ecobuffet) - Tijuca.



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